Entendendo mais sobre o AtoM (1/2)

Após a pesquisa  sobre arquivo e funcionamento do AtoM, utilizando a Base Arch como referência, algumas definições foram esclarecidas, mas eu ainda precisava entender tecnicamente e desmiuçar a ferramenta. Novas pesquisas foram realizadas e mais conteúdo foi agregado. Explicarei o conteúdo em duas postagens.


MAS Então… o que é atom?

AtoM é uma abreviatura de Access to Memory. É uma aplicação que funciona em ambiente WEB, de código aberto, destinada à descrição normalizada em arquivos definitivos e que permite um acesso multilíngue numa organização com múltiplos repositórios integrados.

E quais são suas principais características?
1. Web: A instalação do AtoM pode ser acessada de qualquer lugar que tenha ligação à internet. Todas as funções principais ocorrem através de um navegador web, não sendo necessário a sincronização de múltiplas instalações.

2. Open-Source: Todo o código do AtoM é lançado sob uma licença GNU Affero General Public License (A-GPL 3.0) e projetado com ferramentas de código aberto (NGINX , MySQL, PHP, Symfony, ElasticSearch). Com isso, pode-se ter a liberdade de o estudar, modificar, melhorar e distribuir, sem qualquer custo.

3. Baseado em normas: O AtoM foi construído originalmente com apoio do International Council on Archives, para incentivar uma adoção mais ampla das normas internacionais. Foram construídos padrões de conformidade para o núcleo do AtoM, que oferecem modelos de edição fáceis de usar, baseadas na web, e que atendem a uma ampla variedade de padrões internacionais e nacionais.

4. Importação/Exportação amigável: Os dados nunca ficarão fechados no AtoM – Uma série de padrões de troca de metadados foram implementados para permitir uma fácil importação e exportação, através de sua interface.
Atualmente o AtoM suporta os seguintes formatos para importação/exportação de dados: EAD, EAC-CPF, CSV e SKOS.

5. Multilíngue: Os elementos de interface e o conteúdo da base de dados de todos os utilizadores, podem ser traduzidos para vários idiomas, usando a interface de tradução embutida. Essas traduções são generosamente fornecidas por tradutores voluntários da comunidade de utilizadores do AtoM.

6. Multi-repositório: Construído para ser usado por uma única instituição para as suas próprias descrições, ou como multi-repositório “union list” (rede, portal), aceitando descrições de um variado número de instituições contribuintes, o AtoM torna-se flexível o suficiente para acomodar as suas necessidades.

7. Melhoria contínua: O AtoM é um projeto open-source ativo e dinâmico, com uma ampla base de utilizadores. Os idealizadores trabalham continuamente com a comunidade para melhorar a aplicação, sendo todas as inovações disponibilizadas em lançamentos públicos.

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Na próxima publicação tratarei sobre a estruturação do AtoM e exemplificarei com um esquema, que facilitará a visualização das informações teóricas.
Todas essas informações aqui postadas foram coletadas através da documentação do sistema, que pode ser facilmente encontrada no link aqui disponibilizado.

Primeiro contato: AtoM e arquivo

Neste espaço do blog será disponibilizado todas as narrativas referentes à pesquisas, implementações e ajustes do Memória Administrativa, além de materiais e tutoriais aplicados à ferramenta AtoM.


Primeiro contato: AtoM? Arquivo?

O projeto Memória Administrativa da Fiocruz traz uma dinâmica diferenciada da Base Arch, que é o repositório de informações sobre o arquivo permanente da Fundação Oswaldo Cruz e que também utiliza a ferramenta AtoM, ferramenta essa desenvolvida pelo Conselho Internacional de Arquivos e customizada pela Casa de Oswaldo Cruz, de acordo com normas nacionais e internacionais de descrição arquivística.

Como profissional de Tecnologia da Informação e com nenhum conhecimento a respeito de arquivo, o primeiro passo dado foi buscar entender e me aprofundar na arquitetura da ferramenta AtoM, utilizando a Base Arch como exemplo de aplicação em funcionamento.
Através de treinamentos realizados na Fiocruz e pesquisa pessoal, o entendimento dos seis itens disponibilizados no menu principal do AtoM foi esclarecedor. São eles:

Imagem retirada do menu do sistema AtoM – Base Arch.
  • Descrição arquivística: A elaboração de uma acurada representação de uma unidade de descrição e de suas partes componentes, caso existam, por meio da extração, análise, organização e registro de informação que sirva para identificar, gerir, localizar e explicar documentos de arquivo e o sistema de arquivo que os produziu. Este termo também se aplica ao produto desse processo;
  • Instituição custodiadora: Registra informações relacionadas à instituição responsável pela guarda do acervo;
  • Registro de autoridade: É a descrição do produtor (entidade coletiva, pessoa ou família). O nome do produtor é classificado dentro de registro de autoridade;
  • Assuntos: Palavras-chave que determinam o assunto do documento;
  • Locais: Palavras-chave que determinam o local de origem do documento;
  • Objetos digitais: Último item da hierarquia do fundo/coleção.

Tais definições me auxiliaram muito a captar a dinâmica de funcionamento do sistema e consequentemente trabalhar com propriedade no projeto do Memória Administrativa.
Vale ressaltar que o sistema do Memória Administrativa não seguirá a mesma dinâmica, de um arquivo permanente. Com isso, precisaremos realizar algumas associações/alterações no AtoM, onde todas as tratativas serão divulgadas aqui.

O material utilizado para pesquisa destas dúvidas iniciais pode ser consultado aqui. Já o que foi produzido após tais pesquisas, pode ser consultado aqui.

Até a próxima publicação!